INCREMENTAL OU RADICAL?
Importante estratégia de melhorias contínuas, graduais e incrementais. O conceito de 'kaizen', em que 'kai' significa “mudança” e 'zen' “para melhor” na língua de seu criador, o japonês Masaaki Imai, se resume a uma estratégia de melhorias graduais e incrementais.
Embora haja o consenso sobre a importância da melhoria permanente dos processos, muitas empresas têm dificuldades na definição e na prática de estratégias para a obtenção e consolidação de melhorias efetivas. As alternativas de ferramentas são muito variadas: Kaizen, Ciclo PDCA, Seis Sigma, TQM, Lean Manufacturing, etc. Todas estas ferramentas, porém, são fundamentados na mesma ideia de melhoria sistemática e incremental como um processo de resolução de problemas.
Identificação de requisitos, antecipação das necessidades, mensuração do desempenho dos processos, eliminação ou redução de variações nos processos, aprendizado, inovação, em resumo, as ferramentas, os caminhos que levam ao Kaizen se misturam e, muitas vezes se confundem ou mesmo se repetem.
Uma outra metodologia muito utilizada nas organizações com o intuito de aperfeiçoamento de gestão é o Benchmarking. Através de levantamentos e análises de práticas, processos, produtos e serviços fornecidos por outras organizações, as informações geradas no processo de Benchmarking tornam-se importantes ferramentas para lidar com situações e problemas semelhantes.
Temos visto mais recentemente que há ventos contrários à onda do “Kaizen” e à proposta do Benchmarking. A preocupação com o aumento da velocidade com que novas tecnologias são apresentadas e novos produtos são lançados, e a velocidade com que a informação e o conhecimento se “democratizam” com a internet, parecem exigir que atitudes mais radicais sejam tomadas em relação à identificação das necessidades do Cliente e em relação à capacidade da concorrência de se adequar a estas necessidades. Esta atitude radical, apregoada por Gary Hamel, supõe uma inovação revolucionária.
Hamel apregoa o fim do “Kaizen”, o fim da era do “incrementalismo”, em prol da necessidade de ruptura radical com qualquer estrutura em função da necessidade de cada Cliente individual. “Pense radicalmente diferente do convencional do seu mercado”, dirá ele.
É preciso, no fim das contas, aprender a olhar para o próprio umbigo e trabalhar nas melhorias incrementais (Kaizen) e saber olhar para a grama do vizinho (benchmarking), sem descuidar do estímulo à criatividade e à inovação, trabalhando também na capacidade da empresa de se reinventar.
Postado em: 08/10/13, 12:41