Competência frente ao Risco
Coordenei a implantação de Programas Comportamentais baseados no modelo BBS (Behaviour Based Safety) ao estilo do Programa STOP da Du Pont, onde a chave da implantação da cultura de segurança está na comunicação e na ação positiva e contínua entre Liderança e Liderados:
- Reforço do elogio, para as situações em que o comportamento é seguro;
- promoção da reflexão sobre consequências possíveis da exposição ao risco ao invés de repreensão, quando se observa um desvio no comportamento seguro;
- ação corretiva e/ou preventiva imediatas e/ou encaminhamento imediato de ações necessárias que não possuem caráter imediato.
Pudemos constatar a eficácia do modelo na redução efetiva de indicadores (TF – Taxa de Frequênca e TG – Taxa de Gravidade.
Aproveitamos o sucesso do programa para fundi-lo com outro programa comportamental - o 5S – e criar um esquema de “Rondas de Observação” (“walk through”) feitas pelos gestores com uma frequência determinada.
As pessoas precisam saber quais os perigos a que estão expostos no exercício de suas atividades, quais as possíveis consequências (risco de lesões, doenças, etc), que medidas são tomadas para manter tais perigos sob controle, e como colaboram com este controle. Precisam saber que estes temas estão no radar de seus superiores, em todos os níveis, e verificam isso na prática, nas abordagens feitas por estes no dia a dia. Isto supões que os líderes, em TODOS os níveis, saem do conforto de suas mesas para caminhar pela fábrica, de forma programada, conforme a criticidade dos riscos inerentes às operações, para observar o comportamento de seus liderados frente ao risco e para abordá-los de forma positiva e construtiva, como proposto pelo método do Programa BBS. Esta capacidade de comunicação sobre Segurança é uma competência a ser desenvolvida que custa muito para alguns líderes.
Aí sim podemos dizer que trabalhamos fortemente na questão comportamental rumo à formação de uma cultura de segurança frente ao risco.
Este modelo pode ser muito beneficiado com a adoção, em paralelo, da Gestão de Condições de Risco proposta pela OHSAS 18001 (Controles Operacionais e Planos de Emergência) ou por elementos de Programas como o de "Competência frente ao Risco" da DNV (MSM2), que abordam o risco sob vários aspectos, desde a concepção de um projeto, a compra e a contratação, a gestão sobre terceiros, o planejamento da manutenção das instalações até a forma de investigar os incidentes, buscando o aprendizado com o erro.
Aí sim podemos dizer que trabalhamos em gestão de segurança com o foco na integridade daqueles que trabalham conosco. Aí sim podemos falar em COMPETÊNCIA FRENTE AO RISCO.
Maurício Victor de Uzêda
Postado em: 20/01/14, 11:35